Com a facilidade de fazer um intercâmbio, cada vez mais brasileiros fazem contatos com diferentes agências baseando sua escolha final no preço mais barato. Esse comportamento tem se tornado cada vez mais comum, e intercambistas só percebem o que estão comprando quando chegam ao país de destino.

Problemas mais comuns são fruto da falta de preparo dos consultores, que não conhecem bem as escolas ou destinos e acabam indicando opções que não condizem com as necessidades e expectativas do cliente. As agências de intercâmbio tendem a passar os orçamentos mais baratos, por serem mais competitivos e por isso gerarem vendas rapidamente, mas acabam pecando por não suprir as necessidades de cada individuo.

É o caso de um executivo que precisa aprender inglês em um mês para receber uma promoção no emprego. Não é surpresa ver um estudantes com este perfil em sala de aula com adolescentes que poderiam muito bem ser seus filhos.

Escolas sem qualidade, professores sem qualificação, sala de aula super lotada, muitos alunos brasileiros em uma mesma sala, entre outros. São inúmeros os problemas que podem surgir nos programas de intercâmbio, especialmente se a agência não conhece o que está vendendo e usa preço baixo como uma ferramente de vendas.

Carolina Esteves, paulista, chegou a ter como professora uma estagiária italiana, que sequer estava recebendo salário pelo trabalho. “E isso aconteceu em uma das maiores escolas de ingles no Canadá. Imagine como é em escolas com menos estrutura e sem foco na educação do aluno”, diz Carolina.

Não é só a escola que pode gerar descontentamento dos estudantes. A acomodação em casa de família está em primeiro lugar no quesito reclamações de intercambistas. As agências utilizam o serviço de colcoção em casa de família oferecidas pelas escolas, já que as agências, estando no Brasil, não podem garantir acomodação de qualidade no exterior.

As escolas por sua vez abrigam centenas de estudantes mensalmente, sem manter qualquer parametro de qualidade e satisfação. Foi o caso de Juliana Bizzeli, que foi para Vancouver fazer 6 meses de intercâmbio e foi hospedada por uma família, onde ela esperava ser acolhida e ter uma experiência de imersão na cultura local. Não foi isso o que aconteceu: “Minha casa de família era extremamente suja (…) e eu não tinha essa convivencia com a família. Eu nunca tinha as refeições com a família, eles sempre me levavam a comida no basement, no porão.” A experiência negativa com a acomodação gerou não apenas desconforto durante o intercâmbio de Juliana, mas ela começou a ver seu rendimento na escola caindo e sua motivicão diminuindo cada vez mais. Casos como esse são cada vez mais comum.

Juliana pediu apoio ao conselheiro da escola, que recomendou uma agência brasileira que possuí sede em Vancouver: a Canadá Intercâmbio. “Diferente de outras agências, eles estão situados em Vancouver e tem o conhecimento das casas com quem eles trabalham”, diz Juliana.

A Canadá Intercâmbio tem sua sede em Vancouver desde 2003, e já viu passar por seu escritório dezenas de alunos que procuram ajuda ao encontrar as dificuldades do intercâmbio “barato”. “É inacreditável o que fazem com os estudantes no Brasil. Tivemos alunos, que não são nossos clientes, com todo tipo de problema.”, diz Eduardo Santos, diretor de operações da empresa.

Em um mercado cada vez mais competitivo, o dólar caindo e a econômia brasileira em ascenção, comprar um intercâmbio virou tarefa difícil. É muito comum ver famílias que investem na educação de seus filhos no Brasil, mas que se baseiam em preços para comprar um curso no exterior. “Devido a distância, as pessoas acham que toda escola é igual_ se é no exterior é bom. Mas ninguém pensa assim pra colocar o filho no colégio ou na faculdade. As escolas aqui são muito diferentes sim, e as pessoas precisam pensar nisso quando estão comprando um intercâmbio.”, diz Eduardo, “o preço influencia na qualidade, não há dúvidas”.

Economizar no orçamento pode acabar custando mais para o bolso do estudante. Aprender ingles em uma boa escola, ter a oportunidade de fazer estágio profissional, estar hospedado em uma boa casa… São fatores que terão retorno no futuro, que irão auxiliar na ascenção da carreira. Já o intercâmbio barato, esse sim custa caro, pois não irá trazer retorno algum no futuro, a não ser belas fotos na parede do quarto.